quarta-feira, 19 de julho de 2017

As partes da Missa

Liturgia Eucarística


Na última Ceia, Cristo instituiu o sacrifício e banquete pascal, por meio do qual, todas as vezes que o sacerdote, representando a Cristo Senhor, faz o mesmo que o Senhor fez e mandou aos discípulos que fizessem em sua memória, se torna continuamente presente o sacrifício da cruz.
Cristo tomou o pão e o cálice, pronunciou a ação de graças, partiu o pão e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Tomai, comei, bebei: isto é o meu Corpo; este é o cálice do meu Sangue. Fazei isto em memória de Mim». Foi a partir destas palavras e gestos de Cristo que a Igreja ordenou toda a celebração da liturgia eucarística. Efetivamente:
1) Na preparação dos dons, levam-se ao altar o pão e o vinho com água, isto é, os mesmos elementos que Cristo tomou em suas mãos.
2) Na Oração eucarística, dão-se graças a Deus por toda a obra da salvação, e as oblatas convertem-se no Corpo e Sangue de Cristo.
3) Pela fração do pão e pela Comunhão, os fiéis, embora muitos, recebem, de um só pão, o Corpo e Sangue do Senhor, do mesmo modo que os Apóstolos o receberam das mãos do próprio Cristo.

Preparação dos dons


A iniciar a liturgia eucarística, levam-se para o altar os dons, que se vão converter no Corpo e Sangue de Cristo.Em primeiro lugar prepara-se o altar ou mesa do Senhor, que é o centro de toda a liturgia eucarística; nele se dispõem o corporal, o purificador (ou sanguíneo), o Missal e o cálice, salvo se este for preparado na credência.
Em seguida são trazidas as oferendas. É de louvar que o pão e o vinho sejam apresentados pelos fiéis. Recebidos pelo sacerdote ou pelo diácono em lugar conveniente, são depois levados para o altar. Embora, hoje em dia, os fiéis já não tragam do seu próprio pão e vinho, como se fazia noutros tempos, no entanto o rito desta apresentação conserva ainda valor e significado espiritual.
Além do pão e do vinho, são permitidas ofertas em dinheiro e outros dons, destinados aos pobres ou à Igreja, e tanto podem ser trazidos pelos fiéis como recolhidos dentro da Igreja. Estes dons serão dispostos em lugar conveniente, fora da mesa eucarística.

A procissão em que se levam os dons é acompanhada do cântico do ofertório (cf. n. 37, b), que se prolonga pelo menos até que os dons tenham sido depostos sobre o altar. As normas para a execução deste cântico são idênticas às que foram dadas para o cântico de entrada (cf. n. 48). O rito do ofertório pode ser sempre acompanhado de canto.
O pão e o vinho são depostos sobre o altar pelo sacerdote, acompanhados das fórmulas prescritas. O sacerdote pode incensar os dons colocados sobre o altar, depois a cruz e o próprio altar. Deste modo se pretende significar que a oblação e oração da Igreja se elevam, como fumo de incenso, à presença de Deus. Depois o sacerdote, por causa do sagrado ministério, e o povo, em razão da dignidade baptismal, podem ser incensados pelo diácono ou por outro ministro.
A seguir, o sacerdote lava as mãos, ao lado do altar: com este rito se exprime o desejo de uma purificação interior.


Oração sobre as oblatas


Depostas as oblatas sobre o altar e realizados os ritos concomitantes, o sacerdote convida os fiéis a orar juntamente consigo e recita a oração sobre as oblatas. Assim termina a preparação dos dons e tudo está preparado para a Oração eucarística.
Na Missa diz-se uma só oração sobre as oblatas, que termina com a conclusão breve, isto é: Per Christum Dóminum nostrum; se no fim da oração se menciona o Filho, diz-se: Qui vivit et regnat in sáecula saeculórum. (V. nota no final do n.54).

Momento da Consagração Eucarística no Santuário do Pai das Misericórdias.



 Oração eucarística

 


Inicia-se então o momento central e culminante de toda a celebração, a Oração eucarística, que é uma oração de ação de graças e de consagração. O sacerdote convida o povo a elevar os corações para o Senhor, na oração e na ação de graças, e associa-o a si na oração que ele, em nome de toda a comunidade, dirige a Deus Pai por Jesus Cristo no Espírito Santo. O sentido desta oração é que toda a assembleia dos fiéis se una a Cristo na proclamação das maravilhas de Deus e na oblação do sacrifício.

Como elementos principais da Oração eucarística podem enumerar-se os seguintes:
a) Ação de graças (expressa de modo particular no Prefácio): em nome de todo o povo santo, o sacerdote glorifica a Deus Pai e dá-Lhe graças por toda a obra da salvação ou por algum dos seus aspectos particulares, conforme o dia, a festa ou o tempo litúrgico.
b) Aclamação: toda a assembleia, em união com os coros celestes, canta o Sanctus (Santo). Esta aclamação, que faz parte da Oração eucarística, é proferida por todo o povo juntamente com o sacerdote.
c) Epiclese: consta de invocações especiais, pelas quais a Igreja implora o poder do Espírito Santo, para que os dons oferecidos pelos homens sejam consagrados, isto é, se convertam no Corpo e Sangue de Cristo; e para que a hóstia imaculada, que vai ser recebida na Comunhão, opere a salvação daqueles que dela vão participar.
d) Narração da instituição e consagração: mediante as palavras e gestos de Cristo, realiza-se o sacrifício que o próprio Cristo instituiu na última Ceia, quando ofereceu o seu Corpo e Sangue sob as espécies do pão e do vinho e os deu a comer e a beber aos Apóstolos, ao mesmo tempo que lhes confiou o mandato de perpetuar este mistério.
e) Anamnese: em obediência a este mandato, recebido de Cristo Senhor através dos Apóstolos, a Igreja celebra a memória do mesmo Cristo, recordando de modo particular a sua bem-aventurada paixão, gloriosa ressurreição e ascensão aos Céus.
f) Oblação: neste memorial, a Igreja, de modo especial aquela que nesse momento e nesse lugar está reunida, oferece a Deus Pai, no Espírito Santo, a hóstia imaculada. A Igreja deseja que os fiéis não somente ofereçam a hóstia imaculada, mas aprendam a oferecer-se também a si mesmos e, por Cristo mediador, se esforcem por realizar de dia para dia a unidade perfeita com Deus e entre si, até que finalmente Deus seja tudo em todos.
g) Intercessões: por elas se exprime que a Eucaristia é celebrada em comunhão com toda a Igreja, tanto do Céu como da terra, e que a oblação é feita em proveito dela e de todos os seus membros, vivos e defuntos, chamados todos a tomar parte na redenção e salvação adquirida pelo Corpo e Sangue de Cristo.
h) Doxologia final: exprime a glorificação de Deus e é ratificada e concluída pela aclamação Amem do povo.

Rito da Comunhão

 


A celebração eucarística é um banquete pascal. Convém, por isso, que os fiéis, devidamente preparados, nela recebam, segundo o mandato do Senhor, o seu Corpo e Sangue como alimento espiritual. É esta a finalidade da fração e dos outros ritos preparatórios, que dispõem os fiéis, de forma mais imediata, para a Comunhão.

Oração dominical


Na Oração dominical pede-se o pão de cada dia, que para os cristãos evoca principalmente o pão eucarístico; igualmente se pede a purificação dos pecados, de modo que efetivamente “as coisas santas sejam dadas aos santos”. O sacerdote formula o convite à oração, que todos os fiéis recitam juntamente com ele. Então o sacerdote diz sozinho o embolismo, que o povo conclui com uma doxologia. O embolismo é o desenvolvimento da última petição da oração dominical; nele se pede para toda a comunidade dos fiéis a libertação do poder do mal.
O convite, a oração, o embolismo e a doxologia conclusiva dita pelo povo, devem ser cantados ou recitados em voz alta.

Rito da paz

 


Segue-se o rito da paz, no qual a Igreja  implora a paz e a unidade para si própria e para toda a família humana, e os féis exprimem uns aos outros a comunhão eclesial e a caridade mútua, antes de comungarem no Sacramento.
Quanto ao próprio sinal com que se dá a paz, as Conferências Episcopais determinarão como se há-de fazer, tendo em conta a mentalidade e os costumes dos povos. Mas é conveniente que cada um dê a paz com sobriedade apenas aos que estão mais perto de si.

Fração do pão

 


O sacerdote parte o pão eucarístico. O gesto da fração, praticado por Cristo na última Ceia, e que serviu para designar, nos tempos apostólicos, toda a ação eucarística, significa que os fiéis, apesar de muitos, se tornam um só Corpo, pela Comunhão do mesmo pão da vida que é Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo (1 Cor 10, 17). A fração começa depois de se dar a paz e realiza-se com a devida reverência, mas não se deve prolongar desnecessariamente nem se lhe deve atribuir uma importância excessiva. Este rito é reservado ao sacerdote e ao diácono.
Enquanto o sacerdote parte o pão e deita uma parte da hóstia no cálice, a schola ou um cantor canta ou pelo menos recita em voz alta a invocação Cordeiro de Deus, a que todo o povo responde. A invocação acompanha a fração do pão, pelo que pode repetir-se o número de vezes que for preciso, enquanto durar o rito. Na última vez conclui-se com as palavras: Dai-nos a paz.

Comunhão

 


O sacerdote prepara-se para receber frutuosamente o Corpo e Sangue de Cristo rezando uma oração em silêncio. Os fiéis fazem o mesmo orando em silêncio.
Depois o sacerdote mostra aos fiéis o pão eucarístico sobre a patena ou sobre o cálice e convida-os para o banquete de Cristo; e, juntamente com os fiéis, faz um ato de humildade, utilizando as palavras evangélicas prescritas.

É muito para desejar que os fiéis, tal como o sacerdote é obrigado a fazer, recebam o Corpo do Senhor com hóstias consagradas na própria Missa e, nos casos previstos, participem do cálice (cf. n. 283), para que a Comunhão se manifeste, de forma mais clara, nos próprios sinais, como participação no sacrifício que está a ser celebrado.
Enquanto o sacerdote toma o Sacramento, dá-se início ao cântico da Comunhão, que deve exprimir, com a unidade das vozes, a união espiritual dos comungantes, manifestar a alegria do coração e realçar melhor o carácter «comunitário» da procissão daqueles que vão receber a Eucaristia. O cântico prolonga-se enquanto se ministra aos fiéis o Sacramento.
Se se canta um hino depois da Comunhão, o cântico da Comunhão deve terminar a tempo.
Procure-se que também os cantores possam comungar comodamente.

Como cântico da Comunhão pode utilizar-se ou a antífona indicada no Gradual Romano, com ou sem o salmo correspondente, ou a antífona do Gradual simples com o respectivo salmo, ou outro cântico apropriado aprovado pela Conferência Episcopal. Pode ser cantado ou só pela schola, ou pela schola ou por um cantor juntamente com o povo.
Se, porém, não se canta, a antífona que vem no Missal pode ser recitada ou pelos fiéis, ou por alguns deles, ou por um
leitor, ou então pelo próprio sacerdote depois de ter comungado e antes de dar a Comunhão aos fiéis.

Terminada a distribuição da Comunhão, o sacerdote e os fiéis, conforme a oportunidade, oram alguns momentos em silêncio. Se se quiser, também pode ser cantado por toda a assembleia um salmo ou outro cântico de louvor ou um hino.
Para completar a oração do povo de Deus e concluir todo o rito da Comunhão, o sacerdote diz a oração depois da Comunhão, na qual implora os frutos do mistério celebrado.

Na Missa diz-se uma só oração depois da Comunhão, que termina com a conclusão breve, isto é:
• se a oração se dirige ao Pai: Per Christum Dóminum nostrum;
• se se dirige ao Pai mas no fim da oração se menciona o Filho: Qui vivit et regnat in sáecula saeculórum;
• se se dirige ao Filho: Qui vivis et regnas in saecula saeculórum.
O povo faz sua esta oração por meio da aclamação: Amem.

Rito de conclusão

 


O rito de conclusão consta de:
a) Notícias breves, se forem necessárias;
b) Saudação e bênção do sacerdote, a qual, em certos dias e em ocasiões especiais, é enriquecida e amplificada com uma oração sobre o povo ou com outra fórmula mais solene de bênção.
c) Despedida da assembleia, feita pelo diácono ou sacerdote;
d) Beijo no altar por parte do sacerdote e do diácono e depois inclinação profunda ao altar por parte do sacerdote, do diácono, e dos outros ministros.



Pai das Misericórdias e Deus de toda consolação, ouvi-nos!

Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Novena de São Bento

Reze a Novena de São Bento

Novena-de-São-Bento

Oração da medalha de São Bento

A Cruz Sagrada seja a minha luz, não seja o dragão meu guia.
Retira-te, satanás!
Nunca me aconselhes coisas vãs.
É mau o que tu me ofereces, bebe tu mesmo o teu veneno!

Oração para obter qualquer graça

Oh, glorioso patriarca São Bento, que vos mostrastes sempre compassivo com os necessitados, fazei que também nós, recorrendo à vossa poderosa intercessão, obtenhamos auxílio em todas as nossas aflições.

Que nas famílias reine a paz e a tranquilidade, afastem-se todas as desgraças, tanto corporais como espirituais, especialmente o pecado.

Alcançai do Senhor a graça que vos suplicamos, obtendo-nos finalmente que, ao terminar nossa vida nesse vale de lágrimas, possamos louvar a Deus convosco no Paraíso.

Rogai por nós, glorioso patriarca São Bento, para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

Oração Conclusiva

Oh, Deus, que fizestes o abade São Bento preclaro mestre na escola do Vosso serviço. Concedei que, nada preferindo ao Vosso amor, corramos de coração dilatado no caminho dos Vossos mandamentos.

Por Nosso Senhor Jesus Cristo, na unidade do Espírito Santo. Amém.

Primeiro Dia

1.Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

Seguir Jesus é comprometer-se.

“Ao passar pela beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e seu irmão André; estavam jogando a rede ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse para eles: “Sigam-Me e Eu farei vocês se tornarem pescadores de homens.” Eles imediatamente deixaram as redes e seguiram Jesus” (Mc 1,16-18).

4. Reflexão

O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão.

Seguir Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

O primeiro grau da humildade é a pronta obediência, peculiar àqueles que nada amam acima de Cristo. (…)

Essa mesma obediência somente será digna da aceitação de Deus e suave para os homens se a ordem for executada sem delongas, sem hesitações, sem morosidade, sem murmuração ou qualquer palavra de resistência. (…)

Se o discípulo obedecer de má vontade e se murmurar, ainda que não o faça com a boca, mas só no coração, ainda que cumpra a ordem recebida, sua obra não será agradável a Deus, que vê o íntimo dos corações; e longe de obter alguma graça por tal ação, incorrerá na pena dos murmuradores se não fizer reparação e não se corrigir (cap.5, Obediência).

7. Oração Conclusiva

Segundo Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

Jesus rejeita a popularidade fácil.

“De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto. Simão e seus companheiros foram atrás de Jesus e, quando O encontraram, disseram: ‘Todos estão Te procurando’. Jesus respondeu: ‘Vamos para outros lugares, às aldeias da redondeza. Devo pregar também ali, pois foi para isso que Eu vim’. E Jesus andava por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demônios” (Mc 1,35-39).

4. Reflexão

O deserto é o ponto de partida para a missão

Jesus encontra o Pai, que O envia para salvar os homens, mas encontra também a tentação: Pedro sugere que Jesus aproveite a popularidade conseguida num dia. É o primeiro diálogo com os discípulos, e já se nota tensão.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

Quando temos alguma coisa a solicitar aos homens poderosos, nós nos aproximamos com humildade e respeito. Com quanto maior razão devemos apresentar nossas súplicas com toda humildade e pureza de devoção ao Senhor Deus do Universo!

Saibamos que não é pela multiplicidade de palavras que seremos atendidos, mas sim pela pureza do coração e a compunção das lágrimas. A prece deve ser, portanto, curta e pura, salvo se, porventura, venha a prolongar-se por afeto inspirado pela graça divina. Mas, em comunidade, que a oração seja curta, e, dado o sinal pelo superior, levantem-se todos ao mesmo tempo (cap.20, reverência na oração).

7. Oração Conclusiva

Terceiro Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

Jesus e os marginalizados

“Um leproso chegou perto de Jesus e pediu de joelhos: ‘Se queres, Tu tens o poder de me purificar’. Jesus ficou cheio de ira, estendeu a mão, tocou nele e disse: ‘Eu quero, fique purificado’. No mesmo instante, a lepra desapareceu e o homem ficou purificado. Então, Jesus o mandou logo embora, ameaçando-o severamente: ‘Não conte nada para ninguém! Vá pedir ao sacerdote para examinar você e, depois, ofereça pela sua purificação o sacrifício que Moisés ordenou, para que seja um testemunho para eles’. Mas o homem foi embora e começou a pregar muito e a espalhar a notícia. Por isso, Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade; ele ficava fora, em lugares desertos. E de toda parte as pessoas iam procurá-Lo” (Mc 1,40-45).

4. Reflexão

O leproso era marginalizado, devendo viver fora da cidade, longe do convívio social, por motivos higiênicos e religiosos (Lv 13,45-46). Jesus fica irado contra uma sociedade que produz a marginalização. Por isso, o homem curado deve apresentar-se para dar testemunho contra um sistema que não cura, mas só declara quem pode ou não participar da vida social. O marginalizado agora se torna testemunho vivo que anuncia Jesus, Aquele que purifica. E Jesus está fora da cidade, lugar que se torna o centro de nova relação social: o lugar dos marginalizados é o lugar onde se pode encontrar o Senhor.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

Durma cada um em uma cama.

Tenham seus leitos de acordo com a profissão do monge, segundo as ordens do abade. Se for possível, durmam todos no mesmo lugar; se, porém, o grande número não o permitir, durmam dez ou vinte juntamente, tendo com eles monges mais velhos para vigiá-los.

Uma lâmpada iluminará o dormitório, sem interrupção, até o amanhecer.

Os monges dormirão vestidos, cingidos com os cintos ou cordões, mas não terão faca a seu lado, para que não se firam enquanto dormem e sempre estejam prontos, e assim, dado o sinal, levantem-se sem demora, apressem-se mutuamente e antecipem-se no oficio divino, mas com toda a gravidade e modéstia.

Que os irmãos mais jovens não tenham leitos juntos, mas intercalados com os dos mais velhos. Levantando-se para o ofício divino, despertem-se uns aos outros com moderação, a fim de que não tenham desculpa os sonolentos (cap.22, o sono dos monges).

7. Oração Conclusiva

Quarto Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

Jesus rejeita a hipocrisia social

“Jesus saiu de novo para a beira do mar. Toda a multidão ia ao Seu encontro e Ele a ensinava. Enquanto ia caminhando, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos. Então, disse-lhe: ‘Siga-Me’. Levi se levantou e O seguiu. Mais tarde, Jesus estava comendo na casa de Levi.

Havia vários cobradores de impostos e pecadores na mesa com Jesus e Seus discípulos; com efeito, eram muitos os que O seguiam. Alguns doutores da lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então, eles perguntaram aos discípulos: ‘Por que Jesus come e bebe junto com os cobradores de impostos e pecadores?’. Jesus ouviu e respondeu: “As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Eu não vim para chamar os justos, e sim os pecadores” (Mc 2,13-17).

4. Reflexão

Os cobradores de impostos eram desprezados e marginalizados, porque colaboravam com a dominação romana, cobrando imposto e, em geral, aproveitando para roubar. Jesus rompe os esquemas sociais que dividem os homens em bons e maus, puros e impuros.

Chamando um cobrador de impostos para ser Seu discípulo, e comendo com os pecadores, Ele mostra que Sua missão é reunir e salvar aqueles que a sociedade hipócrita rejeita como maus.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

Zele-se, com grande cuidado, para que esse vício da propriedade seja arrancado pela raiz no mosteiro. Ninguém ouse dar ou receber coisa alguma sem a autorização do abade, nem possuir algo próprio, absolutamente nada, nem livro, nem tabuinha (de escrever), nem estilete.

Em uma palavra: coisa nenhuma, já que não lhes é lícito ter a seu arbítrio sequer o próprio corpo nem a própria vontade. Mas devem esperar do pai do mosteiro tudo de que necessitam.

Não seja lícito a ninguém possuir o que não lhe seja dado pelo abade ou por ele permitido ter. Seja tudo comum a todos, como está escrito, e que ninguém tenha a ousadia de tornar seu qualquer objeto, nem mesmo por palavras.

Se alguém se deixar levar por tão detestável vício, será advertido a primeira e segunda vez. Se não se emendar, será submetido à correção (cap.33, se os monges devem ter alguma coisa de próprio).

7. Oração Conclusiva

Quinto Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

“Num dia de sábado, Jesus estava passando por uns campos de trigo. Os discípulos iam abrindo caminho e arrancando as espigas. Então, os fariseus perguntaram a Jesus: ‘Vê: por que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado?’. Jesus perguntou aos fariseus: ‘Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram quando estavam passando necessidade e sentindo fome? Davi entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era Sumo Sacerdote, comeu dos pães oferecidos a Deus e os deu também para os seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães’.”

Jesus acrescentou: “O sábado foi feito para servir ao homem e não o homem para servir ao sábado. Portanto, o Filho do Homem é Senhor até mesmo no Sábado” (Mc 2,23-28).

4. Reflexão

O centro da obra de Deus é o homem, e cultuar Deus é fazer o bem a ele. Não se trata de estreitar ou alargar a lei do sábado, mas de dar sentido totalmente novo a todas as estruturas e leis que regem as relações entre os homens, porque só é bom aquilo que faz o homem crescer e ter mais vida.

Toda lei que oprime o homem é lei contra a própria vontade de Deus e deve ser abolida.

5. Ladainha de São Bento.

6. Conhecendo a Regra de São Bento.

Antes de tudo e acima de tudo, deve-se cuidar dos enfermos, que deverão ser servidos como se fossem o Cristo em pessoa. (…)

De seu lado, os doentes considerem que são servidos em honra de Deus e não entristeçam, com exigências supérfluas, os irmãos que os servem. Contudo, os doentes devem ser suportados com paciência, porque, por meio deles, adquire-se maior recompensa.

O abade vigie, portanto, com todo o cuidado, para que não sofram nenhuma negligência.

Haja uma cela separada para os enfermos e, para servi-los, um irmão temente a Deus, diligente e solícito.

O uso dos banhos será conhecido aos doentes todas as vezes que for conveniente, mas aos que estão com saúde, principalmente aos jovens, seja raramente concedido.

A alimentação de carne seja concedida aos doentes e aos que se acham debilitados, mas tão logo se restabeleçam retomarão a abstinência habitual.

Tenha, pois, o abade o máximo cuidado para que os celeireiros e os enfermeiros nada negligenciem no serviço aos doentes, pois ele é o responsável por todas as faltas em que possam incorrer seus discípulos (cap.36, dos irmãos enfermos).

7. Oração Conclusiva

Sexto Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

A verdadeira família de Jesus

“Nisso chegaram a mãe e os irmãos de Jesus; ficaram do lado de fora e mandaram chamá-lo. Havia uma multidão sentada ao redor de Jesus. Então, lhe disseram: ‘Olha, tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram’. Jesus perguntou: ‘Quem é Minha mãe e Meus irmãos?” Então, Jesus olhou para as pessoas que estavam sentadas ao seu redor e disse: ‘Aqui estão Minha mãe e Meus irmãos. Quem faz a vontade de Deus, esse é Meu irmão, minha irmã e Minha mãe'” (Mc 3,31-35).

4. Reflexão

Enquanto a família, segundo a carne, está “fora”, a família segundo o compromisso da fé está “dentro”, ao redor de Jesus.

Sua verdadeira família é formada por aqueles que realizam, na própria vida, a vontade de Deus, que consiste em continuar a missão de Jesus.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

Se bem que o homem, já por natureza, seja levado à compaixão para com essas duas idades – a velhice e a infância –, também a autoridade da regra deve intervir no que lhes diz respeito.

Tenha-se, pois, sempre em vista, sua fraqueza, e não se mantenha, em relação a eles, o rigor da regra no que diz respeito à alimentação;

Mas se use, em seu favor, condescendência misericordiosa, permitindo que antecipem as horas regulares das refeições (cap.37, dos anciãos e das crianças).

7. Oração Conclusiva

Sétimo Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

O mistério da missão de Jesus

“Quando Jesus sozinho, os que estavam com Ele, junto com os doze, perguntaram o que significavam as parábolas. Jesus disse para eles: ‘Para vocês, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora, tudo acontece em parábolas, para que olhem, mas não vejam, escutem, mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados'” (Mc 4,10-12).

4. Reflexão

As parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus. Mas é preciso “estar dentro”, isto é, seguir Jesus para perceber que o Reino de Deus está se aproximando por meio de Sua ação. Os que não seguem Jesus ficam “por fora”, e nada podem compreender.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

A vida de um monge deve ser, em todo tempo, observância da Quaresma. Como, todavia, essa perfeição apenas se encontra em pequeno número, exortamos os irmãos a que conservem vida muito pura durante os dias da Quaresma, e a apaguem, nesses santos dias, todas as negligências dos outros tempos, o que faremos dignamente, abstendo-nos à oração com lágrimas, à leitura, à compunção do coração e à abstinência.

Acrescentemos, pois, nestes dias, alguma coisa ao nosso encargo habitual: orações particulares, alguma privação no comer e no beber, de forma que cada um, por sua livre vontade, oferece a Deus, na alegria do Espírito Santo, alguma coisa mais do que lhe seja ordenado, isto é, mortifique seu corpo no comer, no beber, no sono, na liberdade de falar e na jovialidade, e que espere a Santa Páscoa com a alegria de um desejo todo espiritual.

No entanto, cada um deverá dizer ao seu abade o que deseja oferecer, a fim de que tudo se faça com o seu consentimento e o socorro de suas orações, porque tudo o que se faz sem a permissão do pai espiritual será considerado como presunção e vanglória e não terá recompensa.

Que tudo se faça, pois, com a aprovação do abade (cap.49, da observância da Quaresma).

7. Oração Conclusiva

Oitavo Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

O escândalo da encarnação

“Jesus foi para Nazaré, Sua terra, e Seus discípulos O acompanharam. Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga. Muitos que O escutavam ficavam admirados e diziam: ‘De onde vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta sabedoria? E esses milagres que são realizados pelas mãos d’Ele? Esse homem não é o carpinteiro, filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?’ E ficaram escandalizados por causa de Jesus. Então, Cristo dizia para eles que um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família. Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. E ficou admirado com a falta de fé deles” (Mc 6,1-6).

4. Reflexão

Os conterrâneos de Jesus se escandalizam, não querem admitir que alguém como eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que indiquem a presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

Ponha-se à porta do mosteiro um ancião prudente que saiba receber e transmitir recado, e cuja maturidade não lhe permita vaguear. O porteiro deve ficar alojado perto da porta, a fim de que os que chegam encontrem-no sempre presente para os atender.

Logo que alguém bater ou um pobre chamar, ele responderá: ‘Deo gratias’ ou ‘Benedicite.’ Com toda a mansidão oriunda do temor a Deus, responda com presteza e fervorosa caridade.

Se o porteiro necessitar de auxiliar, seja-lhe encaminhado um irmão mais moço.

Se possível, o mosteiro deve ser construído de tal modo, que todas as coisas necessárias, isto é, água, moinho, horta, oficinas e os diversos ofícios, exerçam-se dentro do mosteiro, a fim de que não haja necessidade de os monges saírem e andarem fora, o que de nenhum modo convém às suas almas.

Queremos que essa regra seja frequentemente lida na comunidade, para que nenhum irmãos se desculpe sob pretexto de ignorância (cap.66, do porteiro dos mosteiros).

7. Oração Conclusiva

Nono Dia

1. Oração da medalha de São Bento

2. Oração para obter qualquer graça

3. Palavra de Deus

A missão dos discípulos

“Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: ‘Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles’. Então, os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6,6b-13).

4. Reflexão

Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas).

Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.

5. Ladainha de São Bento

6. Conhecendo a Regra de São Bento

Assim como há um zelo mau, de amargura, que separa de Deus e conduz ao inferno, também existe o zelo bom, que afasta dos vícios e conduz a Deus e à vida eterna.

Exerçam, portanto, os monges este zelo com amor fraterno, isto é, antecipem-se uns aos outros em honra e atenções.

Tolerem com grande paciência as enfermidades de outrem, quer corporais, quer espirituais. Obedeçam uns aos outros à porfia. Nenhum procure aquilo que lhe parece vantajoso para si, mas sim o que for útil para os outros.

Ponham em ação, castamente, a caridade fraterna. Temam a Deus. Amem seu abade com afeição humilde e sincera.

Nada, absolutamente nada, anteponham a Cristo, o qual se digne levar-nos, todos juntos, à vida eterna (cap.72, do bom zelo que os monges devem ter).

7. Oração Conclusiva.


Fonte: Canção Nova